quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cidade doce

Estou viajando numa nuvem de papel
Percorrendo uma estória infantil
Num universo multicor, cheio de sabor
Meus olhos estão a sorrir
Meu sorriso é de amor
Meu amor é só felicidade
Um arco-íris de emoções
Voa voa nuvenzinha
Rumo ao mundo perfumado dos doces
Ao rio de refrigerante
A ponte de chocolate
As árvores de pirulito
As frutas sabor de mel
Ao chão de confeitos coloridos
As casas de biscoito waffle
As camas de algodão-doce
As refeições de sorvete
O ar aroma tuti-fruti
Esse é o sonho de qualquer criança
De viver - brincar neste lugar
Correr - pular por entre os montes
Feitos de goma de mascar
Pousa pousa nuvenzinha
Deixe-me aqui ficar
Quero ser como criança
Para de tudo aproveitar


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Haikai

“Teus olhos passeiam a procura do meu fitar;
Teus dentes alvos se mostram timidamente;
Tuas mãos deslocadas se mexem sem parar!”

A ponte cai

Na ponte em que passamos todos os dias
Nos esquecemos de apreciar a paisagem,
De repente ocorre um terremoto e a ponte cai.
Tudo ao seu redor fica destruído - acabado.
Não conseguimos nos lembrar da paisagem,
Porque não a contemplamos enquanto havia tempo.

Ainda no casulo?

Qual é a validade dos sonhos? E se eles amadurecem, por que os meus nunca passaram de sementes secas? Nunca vou muito além da minha casa. Meu horizonte não passa de quatro paredes amareladas e frias... Meu grito ecoa pra dentro de mim mesma. As lágrimas escorrem quentes em meu rosto tristonho. O fracasso tem proporção maior quando a alma é triste. A dor é ainda mais dolorosa nos fracos de espírito. E os covardes morrem ao se entregarem na batalha por medo de ariscar um golpe, de lutar pela vida, de gritar por seus ideais, de tentar vencer as lutas sangrentas contra si mesmo, contra seu próprio orgulho. É difícil levantar depois de uma queda, mas difícil ainda é continuar caído amargurando o próprio erro, relembrando velhas mágoas, amaldiçoando a solidão, enfatizando a falta de amor. E o amor não é um sentimento de fora para dentro. Antes se ama a si mesmo para conhecer o real sentido do amor. Só quem se ama sabe amar. Quem nunca amou é porque nunca gostou de si próprio. Viver num casulo até a morte e nunca chegar a ser borboleta é a mesma coisa que vir ao mundo e nunca ter sentido o amor. É complicado respirar dentro de um alvéolo apertado e com os olhos vendados sem o privilégio de ver a luz e o colorido do dia, e apesar de tudo ainda ter as asas atrofiadas. Chega um momento em que as lágrimas secam como as sementes e fica quase imperceptível aos outros o sofrimento. Você passa despercebido na multidão chorando por dentro sem demonstrar a agonia. Caminha por horas sem destino. O tempo é como o fluxo contínuo e corrente de um rio não volvendo para a nascente do mesmo. Quem para na vida se afoga. Meu casulo caiu do galho e afundou rapidamente por entre as águas turvas desse rio. Não há socorro que me salvará a não ser meu próprio esforço. Tenho que rasgar a crisálida e fazer de minhas asas nadadeiras para nadar até a superfície e respirar. Uma ação, um impulso, um reflexo, uma força de vontade, uma determinação, um objetivo, um ideal, um sonho, a fé e o amor rompem as barreiras e devolvem à vida.
Reflexão

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Isso é paixão

Como resumir a saudade?
Como contabilizar as lágrimas?
Como conter a tristeza
De estar sem você?
Como dormir sem sonhar
Em reencontrá-lo?
Como acordar sem tê-lo
Ao medo lado?
Como viver sem pensar
No teu lindo sorriso?
Como passar um minuto
Sem lembrar do teu beijo?
Os dias se vão;
As noites se vão;
O tempo se esvai;
Minha vida se vai.
E, eu aqui sem você
E você aí com meu coração!

(Sophie Amadeus)

Tenho saudade

Por onde andas,
Por que se foi?
Por onde andas,
Por que me deixou
Tão triste a chorar?
Por que partistes
Sem me avisar?
Hoje, só tua lembrança
A me consolar.
E o teu perfume
No meu corpo está.
O teu sorriso a me iluminar.
Tenho uma medalha no peito
Com teu nome gravado.
Só quero o teu amor...
Volta pra mim
Vem me socorrer
Vem trazer de volta a alegria
Volta pra mim
Vem me aquecer
Pois este frio ainda vai me abater!

(Sophie Amadeus)

Eu não sou eu

Eu sou os teus olhos de cegueira
Eu sou a tua boca muda e seca
Eu sou os teus braços amputados
Eu sou as tuas pernas paraplégicas
Eu sou a tua insônia de noite
Eu sou a neve, o vento frio e o iceberg
Do polo norte do teu coração
Eu sou a tua ferida que sangra
Eu sou a tua lágrima que escorre
Eu sou a tua dor insuportável
Eu sou o teu medo de errar
Eu sou o teu desespero na aflição
Eu sou o teu tédio de não fazer nada
Eu sou a tua queda no precipício
Eu sou a tua asfixia no fundo do poço
Eu sou o teu espelho quebrado
Eu sou o teu livro fechado
Eu sou a tua lâmpada queimada
Eu sou a tua roupa rasgada
Eu sou o teu chuveiro sem água
Eu sou o teu pneu furado
Eu sou tua casa sem telhado
Eu sou o teu sei lá o que
Posso ser tudo teu
Posso ser nada teu
Só não posso ser eu

(Colibri Lunar)