quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ainda no casulo?

Qual é a validade dos sonhos? E se eles amadurecem, por que os meus nunca passaram de sementes secas? Nunca vou muito além da minha casa. Meu horizonte não passa de quatro paredes amareladas e frias... Meu grito ecoa pra dentro de mim mesma. As lágrimas escorrem quentes em meu rosto tristonho. O fracasso tem proporção maior quando a alma é triste. A dor é ainda mais dolorosa nos fracos de espírito. E os covardes morrem ao se entregarem na batalha por medo de ariscar um golpe, de lutar pela vida, de gritar por seus ideais, de tentar vencer as lutas sangrentas contra si mesmo, contra seu próprio orgulho. É difícil levantar depois de uma queda, mas difícil ainda é continuar caído amargurando o próprio erro, relembrando velhas mágoas, amaldiçoando a solidão, enfatizando a falta de amor. E o amor não é um sentimento de fora para dentro. Antes se ama a si mesmo para conhecer o real sentido do amor. Só quem se ama sabe amar. Quem nunca amou é porque nunca gostou de si próprio. Viver num casulo até a morte e nunca chegar a ser borboleta é a mesma coisa que vir ao mundo e nunca ter sentido o amor. É complicado respirar dentro de um alvéolo apertado e com os olhos vendados sem o privilégio de ver a luz e o colorido do dia, e apesar de tudo ainda ter as asas atrofiadas. Chega um momento em que as lágrimas secam como as sementes e fica quase imperceptível aos outros o sofrimento. Você passa despercebido na multidão chorando por dentro sem demonstrar a agonia. Caminha por horas sem destino. O tempo é como o fluxo contínuo e corrente de um rio não volvendo para a nascente do mesmo. Quem para na vida se afoga. Meu casulo caiu do galho e afundou rapidamente por entre as águas turvas desse rio. Não há socorro que me salvará a não ser meu próprio esforço. Tenho que rasgar a crisálida e fazer de minhas asas nadadeiras para nadar até a superfície e respirar. Uma ação, um impulso, um reflexo, uma força de vontade, uma determinação, um objetivo, um ideal, um sonho, a fé e o amor rompem as barreiras e devolvem à vida.
Reflexão

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