sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Absorto

Meus sentimentos fluem
Na tinta da caneta
Difusando palavras mórbidas,
Desnudando meu ser sem órbita
Absorto em paixões medíocres,
Em meio a tempestades torpes,
No vão da caminhada triste.
De que vale as lágrimas
Se elas mancham o papel?
De que vale o apreço e o afeto
Se a apatia dos outros triunfa?
De que vale o bocejo
Se a insônia rasga a noite?
De que vale os dias
Se não se vive para amar?
E assim,
A caneta rabisca
Traçando nas linhas tortas
Meu inconsciente
Consciente
Que é inquietantemente
Quieto!

(Colibri Lunar)

5 comentários:

Emiliocarepa disse...

amorei (cruzamento de amei8 com adorei)
este poema, que é ao estilo "Pessoano" se é que se pode dizer assim. Mas apenas ao estilo, pois contém clara originalidade re é prenhe de imagens fortes e inéditas

Emiliocarepa disse...

À cada releitura,ebebedo-me da beleza, originalidade e da profundidade de suas palavras. É um poema forte, mas sem ser denso demais, sem ser abstrato em excesso. É de gostosa leitura, e me impressiono muitíssimo com a sua falta de fama nas letras de minha terra. Há que se fazer justiça a você um dia, espero que breve.

Emiliocarepa disse...

Volto outra vez, para dizer que me lembrei que há tempos ficou muito em voga um gênero de prosa chamado: realismo fantástico.
Quando mergulho nestes teus poemas desta linha, me ocorre as palavras: morbidismo fantático, sem sentido perjorativo, pelo menos pra mim, pois que me faz imergir na doce beleza da cor plumbea

waldstone mendes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
waldstone mendes disse...

Essa poesia ficou sensacional vc foi alem quando escreveu essa poesia ficou de uma clareza incrivel de como em alguns momentos de tristeza crecemos.bjao