Só
enxergo o nada
E
tem cor de coisa nenhuma
Andando
sempre no vazio
Como
se não houvesse obstáculos
Só
sei que há entraves quando caiu
E me
levanto devagar
Com
medo de dar outro passo
Receando
o terreno desconhecido
As
vozes são tão indiferentes
Além
de cego me sinto invisível
Não
como um super-herói com poder de sumir
Mas
como uma folha seca caída na calçada
Sem
a utilidade de virar adubo
Muitos
enxergam sem ver nada
Muitos
veem sem enxergar coisa alguma
Acordar,
abrir os olhos sem ver o horizonte
Quantos
dias mais...
O
tempo passa e meu relógio continua parado
Em
pé estou frente à parede
Sem
galgar
Sem
piscar
Sem lacrimejar
O
retrocesso é via que me conduz
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