domingo, 23 de outubro de 2011

Solidão - cárcere da loucura

O grito de dor ecoa pra dentro d’alma
Tão só
Tão solitária
Tão confusa
Tão desorientada
Quero abrigo
Quero consolo
Quero acalanto
Alguém pode parar meu pranto
Alguém pode avivar meu espírito
Liberdade
Liberdade
Liberdade
Tenho que sair deste cativeiro
Que acorrenta meus pés
Que amordaça minha boca
Que venda meus olhos
Que tampa meus ouvidos
Que prende minhas mãos
Ô, grades de ossos
Ô, chão de espinhos
Ô, lugar horrendo
Os dias escorrem como as lágrimas em meu rosto
Uma flauta chora
Um violino chora
Dança a tristeza
No palco do meu sofrimento
Uma flauta chora
Um violino chora
Dança a solidão
Riscando o salão a minha dor
A sanidade é louca
A loucura é o escape
A válvula é a languidez
E a explosão faz imensas crateras
No meu coração castigado
Abandonada nesse lugar
Condenada ao esquecimento
Sucumbida por lamúrias tantas
Eu não me escondo das pessoas
Elas que se afastam de mim

2 comentários:

Emílio Sérgio Carepa disse...

Este poema em particular é bem vívido, com deve ser um bom poema, que deve ser capaz de despertar emoções.

Francisco Piedade disse...

Sabia que isso iria acontecer, só não sabia quando, onde e com quem.Agora sei, ao ler sobre seus heterônimos e sobre você. O sentimentoque estava guardado e camuflado, veio à tona.Também tenho meus heterônimos, minha querida, porém, não osidentifico, não os exponho. Talvez porque não queira assumi-los,admiti-los, mas eles estão na maioria de meus textos. Pouco escrevoinspirado nesse “EU” que todos veem e conhecem. A minha obra écomposta quase em sua totalidade pela participação e interferência demeus heterônimos. Frequentemente sinto-me embaraçado diante de meusleitores quando atribuem o conteúdo de meus textos a esse “EU” queeles conhecem. Ora pevertido, ora religioso, ora político, oracriança, ora mórbido, ora esperança, ora doce, ora crápula, ora anjo,ora demônio e por aí vai...Quando li seu perfil, percebi que você é igual a mim, ou nossosheterônimos são parecidos. Fiquei impressionado com a maneira com aqual você lida com eles, com seus conflitos e heterogeneidade. Issome leva a uma questão: Quem se apaixonou por Alice no país dosheterônimos? O Francisco, ou um de suas dezenas de heterônimos? Alicequando adolescente apaixonou-se por Olavo Braz Martins dos GuimarãesBilac. Eu também me apaixonei por uma cantora da época chamada Vanusa.Mas agora não sou mais adolescente (?) Estará “EU”, sendo “EU”? Oudando vida a mais um heterônimo? Diga-me, minha querida. Você éespecialista no assunto, você é do ramo, você é das minhas.