sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Malogrado


Meu lânguido sorriso a pernoitar,
Dentro minh’alma malferida,
Tantos sentimentos assolados,
Insalubre o peito malogrado!
Desaterro o mais fundo de mim,
Em busca do meu eu perdido.
Em pranto seco ferido grito:
“-Quero me encontrar, porque
Sem mim não sou eu
Sem eu sou um ser sem mim.”
Rebento em martírio triste névoa
Fatigado, fracassado, farto,
Então, soluço, caio e morro!

(Colibri Lunar)

3 comentários:

Emiliocarepa disse...

"Sem mim não sou eu
Sem eu sou um ser sem mim"

Absolutamente 10 essa passagem

Emiliocarepa disse...

Mas não só a passagem acima é 10. O é todo o poema. Você usa fortes, intensas palavras. Fogem ao lugar comum, à pieguice sensaborosa e criam uma respeitável obra de arte, daquelas que não se curva à mesmice das letras de muitos que se dizem artistas.

Falcão idomável disse...

Todo o contexto mostra quão grande poetiza... no entanto, a frase citada dispensa comentários...