sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Andarilho

Caminha... caminha...
Em passos constantes.
Não se atrasa
Nem mesmos volta atrás.
Sério.
Organizado.
Ilustre.
Todos o marcam
E ele marca a todos.
Nunca envelhece,
Mas arranca a mocidade
De quem se debruça na vida.
Sem defeitos.
Desfeito chora por ele o acomodado
Que se perdeu entre seus próprios
Pensamentos atrofiados.
E ele segue pela estrada a desbravar.
Seu vulto é todo o passado.
Seu presente intenso e volátil.
Seu futuro é um trajeto a ser elaborado,
Envolvendo-nos num ritmo
Nem sempre empolgante.
E quem o segue não para jamais,
Porque ele é infinito
No finito do nosso existir.
Andarilho de botas fortes
Que enfrentam os atoleiros da estrada.
Sábios são aqueles que o seguem
Não desistindo quando
Assoleados e tristes,
Com fome e descalços,
Com frio e sede
No caminho poento
Da estrada longa e torta.


(Sophie Amadeus)

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